quinta-feira, 16 de junho de 2016

Não, não são para um mundo assim.

O Brasil ainda está em choque pelo ocorrido no final de maio com a adolescente carioca. Vi gente trancando as palavras diante da TV sem saber o que dizer frente aos fatos sombrios nas reportagens. Muitos, imagino, sem saber como reagir à crueldade narrada, outros, como eu, congelados por dentro sem querer acreditar na tripla destruição - moral, emocional e física - de uma vida.

Mas existe o questionamento sobre até onde vai a responsabilidade sobre as crianças e jovens nesses tempos onde certo e errado são cada vez mais relativos.

De uns anos para cá, os verbos "educar" e "proteger" tem um sentido mutante que envolve cada vez mais liberdade e menos correção, esta última é até mesmo mal vista pelos mais modernos. Então vem a máxima: "filho é pro mundo", entendendo que a direção da vida dos filhos deve ser pautada nos conceitos da cultura vigente.  Infelizmente já houve muita barbaridade nesse território - crianças tratadas como se fossem de plástico, como objetos,  menos como crianças - daí essa gangorra oscilando entre proibir tudo e deixar fazer quase tudo. Mas a realidade nos chama a repensar o presente, porque essa forma de educar pelo senso comum, é um tiro no pé das famílias e da sociedade.

O mundo não é um babá que conta histórias, sua beleza fascinante e sua cultura vigente são voláteis, mudam por razões próprias que dificilmente levam em conta a segurança humana e a proteção dos direitos. Vamos concordar: quando falamos em "mundo", assim nos referimos a todo tipo de acontecimento a que estamos sujeitos mas que podemos escolher experimentar ou não. Vamos à parte que nos cabe. Crianças e adolescentes são dependentes e precisam do amparo da família, isso é o que a lei diz. A lei, não conselhos mutantes.

Infelizmente vivemos em uma época em que poucos dizem "não" aos filhos, jovens e crianças, para não parecer chatos ou por achar que não tem nada demais querer agradar, e aí falo de inúmeros pais amorosos que zelam por suas sementes. Chegou o momento em que vamos ter que deixar a moda de lado, e plantar essas sementes no solo dos princípios, assim penso, para que cresçam firmes, sadios emocionalmente, cientes de sua humanidade e claro, inteiros e vivos por favor, Ninguém gera filhos para vê-los ser desintegrados por um mundo sem amor.















Tilda, uma linda bonequinha sem boca, aqui, representa o silêncio diante da inocência violada.




Imagens: internet