domingo, 25 de dezembro de 2016

Um natal feliz para o papai Noel


tem coisas sobre natal que é melhor não pensar...
Desde o começo da semana a frase que mais ouço é “feliz natal!”, são votos de boas festas que vêm acompanhados de abraços e sorrisos. Tudo ficaria completo na minha cabecinha pensante se não fosse por uma detalhe mínimo: feliz natal é pra quem tem dinheiro.
Eu e alguns colegas brasileiros passamos pela dura fase de suportar o efeito tsunami da economia. É lógico que fiz uma reserva (com precisão cirúrgica) para um pouco de linguiça de frango e umas bebidas, mas o fato é que natal de hoje não tem o menor sentido para quem está sem dinheiro ou desempregado.

Soube que um Shopping local em parceria com empresas grandes, ofereceu uma chegada do papai Noel espetacular. Expectadores de toda idade lotaram as saídas doidos pra ver a cena do ano. Dali, um senhor com características naturais de Santa Klaus (ouvi falar), apareceu vibrante com seu “ho, ho, ho!” um dos papais noéis mais bem pagos, segundo o pesquisador, meu irmão observador e vizinho do tal shopping.

Veja que até o papai Noel tem que defender seu Tender e garantir a comilança que une a família. Fora disso, aos que não estão abonados, a data é uma lembrança incômoda e uma briga de apetites com tudo que se escuta sobre os cardápios natalinos, quando tudo que você tem em casa é arroz com feijão, ou se muito, como eu, um pouco de linguiça de frango para celebrar. Tá bom, eu tinha quase um quilo de carne de churrasco também.

Embora eu esteja fora dessa cultura natalina, também fico sensível à insensibilidade gritante do ter sobre o ser. É uma cauterização social, o natal não tem sentido algum sem as comidas e festas cheias de brilho ofuscando. Quem estiver sem condições também sente o efeito da data: o contraste da solidão e as reuniões em família e da escassez e a fartura, ficam mais nítidos.

Por isso, quero desejar um feliz natal a todos os órfãos, às viúvas, aos pobres sem “Tender” nem presente para dar aos filhos, aos casais sem filhos para presentear, aos internados em ala isolada, aos presos e aos depressivos que podem até estar no meio da festa mas que não tem festa alguma dentro de si. A essas pessoas meus votos de dias melhores e que o Senhor dê a cada uma delas razões eternas para comemorar, porque todo esse brilho de final de ano é lindo, mas acaba.























Imagens: internet

domingo, 18 de dezembro de 2016

Vamos fazer um contrato? Assine aqui...

Asssine, vai...


Pensar em contratoS me faz lembrar filmes de suspense em que o personagem desenrola um pergaminho escrito com letras miúdas e uma cláusula menor ainda no rodapé, em seguida pronuncia em tom sibilante, enquanto estende a caneta ao contratante: ”assssine aqui.” (sibile ao pronunciar os “s”).

Claro que no cotidiano não tem todo esse drama (pelo menos não antes de assinar) e tantos cidadãos rolam a ponta de suas canetas autografando papéis -  sem ler as cláusulas primeiro. O que vem em seguida faz o teatro parecer infantilidade, mostrando que a realidade também pode ser surreal, pessoas perdendo recursos, sono, empregos, tudo por não levar a sério o ato da assinatura. Contratos são tratos que a lei respeita igual casamento. Nem o PROCON mete a colher.

Longe de mim entender de contratos a ponto de falar como pessoa da lei, é justamente por ser  pessoa comum que aprendi a levar mais a sério ainda o contrato, porque o comum é aquele que aluga na hora do desespero e depois vai ver o estrago e assim aprende. É, eu sou do povo. E se o povo tem seus ditos, aqui vai o meu.
Basicamente os contrato jamais – ja-mais - devem ser assinado sem ser lidos e entendidos antes.  Parece óbvio? Sim, mas levante a mão quem nunca assinou contrato como se fosse recibo de entrega do correio.

Fato é que os brasileiros não leem e muitas empresas usam isso como vantagem, porque uma vez assinado o papel, você sai um pouco da sombra da lei e se torna “parte”, porque é um acordo entre particulares. Resumindo, se reclamar vão dizer que você concordou e está na cláusula tal.
Antes de sair autografando, leia, analise, pense. Na pior hipótese você perde um negócio por querer ler o contrato enquanto outro assinou apressadamente para amargar depois.

Ao ler ANTES, você pode propor termos mais adequados e justos, mudar os termos para deixar o negócio equilibrado, fazer perguntas, simplificar e o mais importante: dormir bem à noite sabendo que fez o que é certo, porque tomar decisões sérias no calor do momento só é emocionante nas tragicomédias. Na vida real, ninguém em sã consciência, quer fazer papel de palhaço no final do episódio.




"Asssssinar" sem ler? Ró, ró, ró! Nem "penssar."!.


Imagens: internet, com modificação feita por mim, a atriz Angelina Jolie mostrando que é bonito examinar antes de dar a canetada.